SindMédico-DF promove dia de luta pela saúde

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) promove um dia de luta pela saúde pública do Distrito Federal. Na segunda-feira, 14, médicos, demais profissionais de saúde e usuários do sistema público de saúde estão sendo convidados a usar preto, por melhores condições de trabalho e de oferta de assistência à saúde da população. O mote da campanha é Eu luto pela Saúde. E você?

A campanha também ganha as ruas com faixas que ficarão na frente das unidades dos hospitais (na sexta-feira,11, e na segunda-feira, 14) e distribuição de braçadeiras pretas com a frase eu luto pela saúde.

“A pandemia da covid-19 lançou os holofotes sobre caos no SUS e a necessidade de uma boa estruturação. Ações emergenciais foram adotadas para o atendimento das vítimas da pandemia, mas a estrutura já vinha sucateada desde antes disso”, aponta o presidente do SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho.

Com o arrefecimento da pandemia e retomada dos atendimentos normais, percebe-se que, pior que antes, a rede pública de saúde do DF sofre com problemas constantes de falta de insumos, manutenção e deficiência de equipamentos. Um dos problemas mais graves é a falta de profissionais em quantidade suficiente para o atendimento da demanda da população. Entre médicos, por exemplo, é patente o déficit de pediatras, clínicos, anestesistas, cardiologistas e ginecologistas.

“A população cresceu e, sem concurso para contratações de profissionais estatutários, permanentes, o drama das filas e até os óbitos hospitalares evitáveis aumentou”, destaca Dr. Gutemberg.

Dia de luta pelas unidades de saúde

O Hospital Regional do Gama (HRG) é um exemplo claro da situação complicada pela qual passa a saúde pública do Distrito Federal. O SindMédico-DF pediu ao CRM a interdição ética na clínica médica do hospital em agosto de 2021, onde morriam pacientes internados por falta de profissionais em número suficiente para prestar a assistência devida.

Em setembro, a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) promoveu a contratação de médicos em caráter temporário. Dos 15 alocados no HRG, ficaram apenas dois. Em nova vistoria, realizada em janeiro deste ano, o Sindicato verificou que as condições adversas de trabalho e a desassistência continuavam do mesmo jeito.

“A situação chegou ao ponto de o CRM-DF (Conselho Regional de Medicina do DF) dar um ultimato à SES-DF para que medidas efetivas fossem tomadas para corrigir as deficiências do serviço, sob pena de ser realizada uma interdição ética aos profissionais da clínica médica do HRG”, destaca Dr. Gutemberg.

No Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), o problema está na falta de profissionais e leitos de UTI neonatal. A internação de recém-nascidos em berços aquecidos no corredor e na sala de descanso do centro obstétrico é uma realidade. As cirurgias eletivas no hospital, que é referência em atendimento pediátrico terciário, estão suspensas por falta de condições de assistência. Além da falta de leitos, os anestesistas da unidade de saúde são insuficientes para a demanda existente.

“As situações que denunciamos à própria Secretaria de Saúde, ao CRM e demais órgãos de controle do DF se repetem nas diversas especialidades das unidades públicas de saúde do Distrito Federal”, enfatiza o presidente do SindMédico-DF, que cobra o planejamento e medidas efetivas para reforço e ampliação do quadro de profissionais de saúde, em especial médicos, da SES-DF. O concurso previsto para este ano, é insuficiente, consideradas as aposentadorias e exonerações e a perspectiva de novas aposentadorias este ano.

“Diante desse quadro caótico e da ineficácia nas ações para regularizar as condições de assistência à população, convocamos a comunidade dos profissionais da saúde e de usuários do sistema público de saúde a protestar por melhorias”, finaliza Dr. Gutemberg.

O que se demanda no dia de luta

Mais investimentos na saúde pública do DF;

Melhor estrutura das unidades públicas de saúde;

Abastecimento e distribuição regulares de medicamentos, insumos e equipamentos;

Concurso para contratação de profissionais de saúde estatutários em quantidade adequada; Mais respeito aos profissionais de saúde e pacientes do sistema público de saúde do DF.