O presidente do Sindicato dos Médicos dos Distrito Federal (SindMédico-DF), Dr. Gutemberg Fialho, esteve no Hospital Sobradinho (HRS) na tarde da quarta-feira, 16, para verificar as condições de trabalho dos médicos e de assistência à população.
Com a falta de pediatras e neonatologistas no Hospital de Planaltina, o movimento aumentou em sobradinho. Lá, por causa do número insuficiente de especialistas, não há neonatologista escalado exclusivamente para a sala de partos. Os dois que ficam na Unidade de cuidados intermediários neonatais (Ucin), onde existem 15 leitos, são obrigados a fazer o malabarismo de correr para a sala de parto nos casos de necessidade e um só fica responsável pelos 15 leitos.
Além dos leitos de Ucin, o Hospital Regional de Sobradinho conta com 30 leitos de alojamento conjunto e 10 leitos de UTI neonatal (Utin) e 10 leitos pré e pós-parto, onde recém nascidos ficam à espera de leito para internação e que também necessitam de atenção especializada. E são apenas mais um neonatologista na Utin e dois para os demais leitos.
O déficit de médicos no Hospital de Sobradinho afeta outras áreas
O centro obstétrico do Hospital de Sobradinho também foi afetado pela crise do Hospital de Planaltina. Por causa da falta de neonatologistas em Planaltina, os partos com tempo menor de gestação que 36 semanas e de risco estão sendo encaminhados para o HRS. As equipes de gineco-obstetrícia e de anestesiologia do hospital, que já eram insuficientes, estão ainda mais sobrecarregadas.
“O hospital realiza uma média de 250 partos por mês e a tendência é de aumento, apesar de a equipe continuar do mesmo tamanho’, aponta Dr. Gutemberg. A sobrecarga ainda maior de atendimentos no último final de semana foi tanta que uma das obstetras da equipe, com oito anos de trabalho no Hospital de Sobradinho, pediu demissão.
Além disso, a clínica médica do Hospital de Sobradinho sofre com o déficit de médicos. Às cinco da tarde, os dois clínicos de plantão ainda não tinham conseguido fazer a evolução dos pacientes que já estavam internados no Hospital. Enquanto isso, pacientes aguardavam na porta, à espara de atendimento.
Relatos de pacientes e acompanhantes sobre os dramas que estavam enfrentando:
Jaqueline contou que o pai dela, de 70 anos, estava esperando atendimento desde as 9h da manhã. Até as 5h da tarde, não tinha conseguido atendimento.
A Maria Jaci foi picada por um escorpião e, mesmo com a classificação de risco laranja, estava esperando desde o meio dia sem atendimento.
A Joyce contou que a mãe foi picada por um escorpião e também estava esperando há cinco horas, sem atendimento, e disse que outra paciente esperava há oito horas.